A falta de capacidade de poupança não é exclusiva dos trabalhadores independentes, mas é algo que vemos especialmente acentuado neste grupo, que em muitos casos tem uma vulnerabilidade extra. Na passada terça-feira, o nosso presidente, Dositeo Amoedo, esteve presente no fórum do Instituto Atlântico de Seguros (INADE) para falar sobre a figura do educador financeiro e como este os pode ajudar.
Para compreender como é possível melhorar e gerir melhor as finanças de um trabalhador por conta própria, foi apresentado um estudo de caso em que um casal de meia-idade, ambos trabalhadores por conta própria, com dois filhos e com uma série de objectivos de vida que não conseguem cumprir, recorreu a um profissional para obter ajuda.
Se eu ganhar muito dinheiro, isso significa que não tenho de me preocupar com a minha situação financeira?
São ambos trabalhadores independentes, trabalham na sua empresa de jardinagem e pagam o salário mínimo (um erro cometido por 86% dos trabalhadores independentes). Os seus objectivos são vários: proteger o rendimento da família até à reforma, ter um rendimento líquido de 25 000 euros quando se reformarem e poupar o suficiente para pagar as propinas da universidade das raparigas (50 000 euros para cada uma), pagar as suas férias anuais (5 000 euros) e comprar uma casa nas montanhas (250 000 euros).
Conhecidos os objectivos, é necessário ter em conta as poupanças e o património; têm 150.000 euros em activos financeiros, 40.000 euros em planos de pensões e uma casa, da qual ainda têm de pagar 202.000 euros, avaliada em 320.000 euros. O rendimento da família é de 60.000 euros líquidos por ano e as despesas são de 42.000 euros, tendo ainda um compromisso hipotecário e uma contribuição para o plano de pensões.
Após a recolha de toda esta informação, o educador financeiro utiliza a ferramenta que desenvolvemos, o LifeMaps (que trabalha com dados oficiais e automatiza os cálculos através da contabilização de diversas variáveis), para traçar o plano financeiro que a família deve seguir e as acções que deve tomar para atingir os seus objectivos. São considerados vários cenários, os objectivos são hierarquizados e partilhados com os clientes para ver qual a melhor forma de os atingir.
Identifica-se com esta situação? Conhece alguém que esteja a passar por isso? Também não consegue atingir os seus objectivos de vida com os seus rendimentos? Com uma ferramenta como o planeamento e a ajuda de um educador financeiro de qualidade, é possível.
Por fim, são recalculadas as poupanças que precisam de fazer para atingirem os seus objectivos (agora poupam 15% e têm uma nova meta de 33%), é encontrada uma estratégia que os ajude a gerar um rendimento passivo extra (4.573 euros por ano) e é elaborado um relatório com tudo o que precisam para se dirigirem às instituições financeiras para encontrarem os produtos com as condições que precisam, sempre com a ajuda do educador financeiro.
Este estudo de caso mostra-lhe, de forma clara, como um profissional de Educação Financeira pode ajudar outros profissionais e proprietários de pequenas empresas a gerir o seu dinheiro de forma eficiente e bem sucedida, para que possam ver os seus objectivos de vida como reais.
Deixamos-lhe a gravação do fórum, a partir do minuto 4:20 pode ver a intervenção de Dositeo.