A principal estratégia do Banco Central Europeu para aliviar a inflação galopante de que sofre não só a Espanha, mas também muitos países da zona euro, consiste em aumentar as taxas de juro, para travar o crédito e o consumo. Desta forma, pretende-se "arrefecer" os preços dos bens e serviços que estão a subir há mais de um ano.
Mas como é que este aumento nos afecta realmente?
- Antes de mais: nos novos empréstimos e apólices de crédito. Tal como já aconteceu com o aumento de Julho, agora, quando contraímos um empréstimo ou uma apólice de crédito, os juros serão mais elevados. No total, este ano, o aumento será de 1,25% (0,5% em Julho e 0,75% em Setembro). Assim, um cidadão que contraia um empréstimo para comprar um carro de 15.000 euros durante 5 anos vai pagar cerca de 20.000 euros.
- Os actuais créditos hipotecários de taxa variável, que já tinham sofrido um aumento da prestação mensal com a anterior subida, vão voltar a sofrer com esta. Além disso, os empréstimos hipotecários de taxa fixa também sofrerão um agravamento das condições para quem os contrair a partir de agora. Com os dois aumentos do BCE, as hipotecas variáveis vão aumentar em média 2500 euros por ano, o que é incomportável para muitas famílias.
Em suma, o custo dos empréstimos, de uma forma ou de outra, está a aumentar. Esta situação conduzirá a uma quebra do consumo (e a uma possível recessão anunciada por muitos especialistas), na esperança de que os preços baixem e dêem uma folga aos cidadãos. Até agora, os empréstimos eram praticamente isentos de juros. Muitas famílias recorriam a pequenos empréstimos rápidos para pagar pequenas compras, renovações ou mesmo umas férias.
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