O regresso à escola e à rotina, tanto para as crianças como para as suas famílias, após o Verão, marca o início de Setembro. Este ano, será marcado por dois factores. Por um lado, a inflação galopante. Isto significa que a compra de material escolar, as propinas e as despesas escolares serão muito mais elevadas do que há um ano atrás. Por outro lado, a subida das taxas de juro vai afectar os empréstimos com taxa variável.
Em primeiro lugar, a inflação significa um aumento médio de 10% dos preços em relação a um ano atrás. Assim, os produtos que as crianças utilizam no período de regresso às aulas (material escolar, fardas, propinas, actividades extracurriculares, etc.) exigem mais recursos do que os orçamentados no início do ano.
Além disso, as famílias com empréstimos hipotecários de taxa variável que serão revistos a partir de Setembro verão um aumento significativo das suas prestações mensais. Este facto, somado ao orçamento anual, implicará uma despesa superior de cerca de 2.500 euros, em média.
As perspectivas afiguram-se difíceis para o orçamento familiar de 2023. Isto porque, em 2022, esperamos que o fundo de emergência suporte a diferença de despesas em relação ao que foi orçamentado, pois é para isso que existe.
Para as famílias que não fazem o orçamento anual no início do ano com o seu fundo de emergência, existem diferentes soluções.
Existem ferramentas essenciais para ter sucesso na gestão financeira familiar e, sobretudo, para evitar prejudicar projectos futuros. Na AEPF estamos ao vosso dispor. Como sempre dizemos, com educação financeira, planeamento e a ajuda de um educador financeiro, o sucesso é garantido, mesmo em tempos difíceis.
Para situações complicadas, a melhor solução é recorrer ao fundo de emergência.
Como fazer isso? O ideal é fazer uma lista das nossas despesas diárias e compará-la com a quantidade de dinheiro que entra em casa todos os meses. Com esta fotografia, podemos reflectir se a parte do nosso rendimento que gastamos em consumo em comparação com a parte que precisamos de poupar está em equilíbrio. Para o saber, é necessário fazer um exercício sobre as necessidades futuras, só depois podemos calcular quanto do rendimento precisamos de gastar em poupanças.
Depois de termos posto de lado as poupanças necessárias para as necessidades futuras, aquilo a que na educação financeira de qualidade chamamos objectivos de vida. Organizar as despesas do ano. Para as famílias com filhos em idade escolar, uma das despesas que está presente todos os anos em Setembro é a escola. O que fazer se o orçamento escolar deste ano não corresponder à realidade do que vamos gastar?
Podem ser tomadas algumas das seguintes decisões:
- Utilizar uma parte do fundo de emergência e reequilibrá-lo no início do ano seguinte no novo orçamento. Lembre-se que o fundo de emergência é dotado no início do ano com um montante equivalente a 3 meses de consumo.
- Utilizar o cartão de crédito com pagamento diferido e pagar juros de 12%, 18% ou mesmo 27%.
- Contrair um crédito ao consumo e pagar 5%, 8% ou 12%.
Obviamente, a melhor solução é utilizar o fundo de emergência. Este é muito importante, pois ajuda-nos a fazer face a situações inesperadas, como os aumentos de preços deste ano.
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